quinta-feira, 26 de março de 2009

"a" crítica



"a" ousa com humor e drama agradar a “menina má” de todas nós

Vanessa Martins de Souza
24.03.2009


"a", de artigo feminino, veio da linda Floripa para tirar um ácido, criativo e bem humorado retrato do que é ser mulher ao longo da vida. Classificada como comédia dramática, "a" foi feita para fazer a “menina má” que toda mulher tem (e tantas mulheres talvez nem sonhem em colocar para fora), ir à forra. Pelo drama e pelo riso.

Porém, parece que a plateia presente no dia 23, um pequeno grupo de moças e mulheres, levou a montagem com excessiva seriedade. Praticamente não ouviu-se risos, ou viu-se sequer o esboçar de sorrisos em quem estava na plateia. No máximo, um ou dois murmúrios nesse sentido puderam ser ouvidos, durante os 55 minutos da apresentação. O que é uma incompreensível falta de senso de humor. Pois, a montagem do N. A. T. (Núcleo Ação Teatral) é muito sarcástica, de um humor corrosivo, tanto na excelente linguagem textual quanto na estonteante linguagem corporal com que as atrizes Luciana Machoski Holanda, Maria Amélia Gimmler Netto e Marina Almeida se apropriam sem inibições.

Elas se revezam, com um adorável descaramento, em monólogos inesquecíveis sobre três momentos da mulher: a infância, a sexualidade e a maternidade. O surreal também está presente numa surpreendente história envolvendo pedofilia. Uma vingança macabra contra os pedófilos.

As três não se acanham em, além do texto, inspirado livremente em Dario Fo e Franca Rame, explorar também o corpo, as mãos, o chão, para expressar as frustrações, chateações, dilemas, fantasias e desejos próprios do sexo feminino. Em tom de protesto, vingança, provocação ou desabafo sarcástico, "a" também é denúncia, uma espécie de manifesto feminista, trazendo informações sobre violência doméstica, infanticídio feminino, entre outras. Mas não se apresse em classificá-la de feminista. Não se pode chamar de feminista uma dramaturgia que considera a hipótese de alergia feminina ao látex da camisinha, bem como os efeitos colaterais que a “bomba de hormônios” da pílula do dia seguinte pode trazer.

Seria mais preciso dizer que "a" é absolutamente feminina, revelando a mulher em suas contradições e desafios e levantando discussões. Como uma conversa íntima de mulher pra mulher. Mas da qual os homens também podem e devem participar.


http://www.curitibainterativa.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=16914


No site do Festival, encontramos alguns comentários:

Comentários

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Paulo Rocha | 25/03/2009 | 15:59
Bravo! Espetaculo muito bom. Indico a todos amantes do teatro. Bonito cenario, otimas atrizes e texto instigante.

Roselize Stüpp | 25/03/2009 | 08:12
Gostei muito a peça "A", que apresenta de forma dinâmica um retrato interessante do universo feminino. Para nós mulheres aumenta a compreensão de nós mesmas...Para os homens é uma aula excelente sobre a forma que merecemos ser tratadas...

bárbara | 18/03/2009 | 13:57
Lindo, sensível, intenso, divertido. Um espetáculo dinâmico. Assisti três vezes já, e se estivesse por aí veria mais quatro!

Elisa Perfeito | 18/03/2009 | 13:39
Gente, assisti ao "A" em Floripa e mexeu muito comigo. Indico a todos, afinal de contas o espetáculo é realmente imperdível. Mulheres, se preparem...e homens, acompanhem!!!

http://www.festivaldecuritiba.com.br/servlet/DetalhesEventoController?state=1&codEvento=1004


5 comentários:

Mari disse...

Parabéns Lu!!!
Essa dae é para anexar ao portfolio hein!!!!
bjuus!

mARINA mONTEIRO disse...

SOMOS BERBIGAS MUY EXPRESSIVAS HÃ????

TE AMO LU, TANTO E SEMPRE, POR MOTIVOS MUITOS TB!

Lu Holanda disse...

berbiga de luxo nega!!!!!
bjs

Lu Holanda disse...

berbiga de luxo nega!!!!!
bjs

Unknown disse...

Baita essa crítica, Lu!É suuuucessoo...hehehee, vcs merecem!!bjsss. EDER